A dor posterior na perna, vulgarmente conhecida como dor na “barriga da perna” é um problema que afeta desde pessoas sedentárias até a atletas, independentemente do sexo e idade que apresentam. Com um início frequentemente insidioso, as suas causas são numerosas derivado das inúmeras estruturas e condições clínicas que podem originar dor nesta região, o que torna o diagnóstico mais complicado do que inicialmente se pode considerar.
NÃO, nem todas as dores que afetam a parte posterior da perna provêm dos gastrocnémios (conhecidos por “gémeos”) ou do tendão de Aquiles!!
É frequente depararmo-nos com “diagnósticos de livro”. Os que se fazem sem avaliar corretamente o utente e que pelos sintomas que o utente nos conta rapidamente nos vem à cabeça um nome para os etiquetar.
No entanto, a existência de muitas estruturas que podem originar dor na parte posterior da perna e a ambiguidade por vezes dos sintomas podem representar um dilema para os profissionais de saúde, exigindo um conhecimento profundo da anatomia e da biomecânica da extremidade inferior, a sua relação com o restante corpo, o gesto técnico que por vezes pode estar na origem da lesão, bem como escutar atentamente toda a informação que o utente nos transmite pois pode ser essencial para um correto diagnóstico.
Por isso, nas consultas de Fisioterapia/Osteopatia da Osteo Performance 360º, depois de uma série de perguntas fundamentais de modo a criar um histórico de dor do utente, em seguida é efetuado uma análise pormenorizada quer do local da dor, quer de outras componentes que podem estar a influenciar a presença desta condição clínica.
Olhando agora para o “pequeno mundo” das estruturas que podem originar dor na parte posterior da perna podemos dividi-las em grandes grupos (músculos, tendões, vasos sanguíneos, nervos), porém é importante olhar esta região como sendo um “grande cilindro” em que todas as estruturas estão rodeadas por uma membrana, tendo por isso uma relação direta entre si, mesmo que esta seja apenas por contacto entre as estruturas.
Vamos então começar a desmontar o cilindro por grupos, onde primeiramente, e sendo o que as pessoas mais associam quando têm dor nesta região, iremos ver a componente musculo-tendinosa que está dentro do “cilindro” e que pode originar dor/incapacidade. Aos famosos “gémeos” (gastrocnémios) iremos então adicionar o solear, que juntos vão compor na sua parte final o tendão de Aquiles, e ainda o plantar delgado, o tibial posterior, o flexor profundo dos dedos e o flexor longo do hálux. Agora retiramos de dentro do cilindro as artérias tibiais posteriores, veias tibiais posteriores e veia safena que quando comprometidas podem originar dor bastante incapacitante nesta região. Sabia que no caso das Artérias e Veias a Osteopatia tem técnicas que o podem ajudar a resolver o seu problema num curto espaço de tempo?! Por último fica-nos a faltar a componente nervosa, onde os nervos surais e tibiais têm um papel importante pois quando se encontram em compressão pela componente muscular originam também eles dor na parte posterior.
Como não chegava o que temos dentro deste “cilindro”, existem outras condições clínicas que podem dar sintomas incapacitantes nesta região provenientes de estruturas mais distantes, como é o caso das patologias que comprometem o trajeto do nervo ciático e da síndrome de aprisionamento da artéria poplítea, este último ao nível do joelho.
Por último existem mais três condições clínicas que estão na origem de dor na parte posterior da perna, duas delas mais agudas e outra situação que pode tornar-se mais crónica. A primeira condição são as cãibras musculares que são causadas por um desequilíbrio eletrolítico em grande maioria das vezes. Nestes casos o aconselhamento Nutricional é fundamental de modo a minimizar o aparecimento destes desequilíbrios. Outra condição bastante conhecida é a dor muscular pós esforço, conhecida como Dor Muscular Tardia ou DOMS (Delayed Onset Muscle Soreness), que contrariamente ao que se pensa não é causada por acumulação de ácido lático nos músculos. Segundo os fisiologistas, a DOMS deve-se, na verdade, à inflamação das células musculares, que resulta da afluência de glóbulos brancos, prostaglandinas e outros nutrientes e fluidos até aos músculos para reparar o dano provocado pelo treino intenso. Em último temos o Síndrome Compartimental que resulta do aumento do volume muscular durante o exercício e/ou do processo inflamatório inerente ao esforço, que em casos de pouca flexibilidade da membrana que envolve o “cilindro” faz com que ocorra compressão da componente vásculo-nervosa, que é fundamental para o bom funcionamento muscular e pode originar uma dor de aumento progressivo.
Nestas 3 últimas condições, a Massagem Desportiva da Osteo Performance 360º pode ser um complemento fundamental para uma rápida recuperação e prevenção de recorrência deste tipo de situações.
Finalizando, como podem observar a dor na parte posterior da perna pode ser muito mais que uma “simples” lesão no gémeo ou no Aquiles. Quando esta situação lhe acontecer não espere que passe com o tempo, pois a única coisa que passa com o tempo é a Vida e mesmo essa deixa marcas no organismo.
Procure a ajuda/aconselhamento dos melhores profissionais de saúde e não se contente com o diagnóstico que é feito no “meio da rua”.
Osteo Performance 360º ao seu dispor para juntos cuidarmos da sua saúde e melhorar a sua performance.
Autor: Dr. Bruno Ferreira, Osteopata/ Fisioterapeuta, especialista em desporto e traumatologia